Nossa educação vai para onde após a pandemia?

No início desta semana promovi uma “live”, sim até este editor aderiu para também oferecer algum conteúdo – útil, diga-se de passagem – para as pessoas que navegam ainda mais agora em suas redes sociais. Já havia feito duas anteriores sobre jornalismo – “Jornalismo em Tempos de Pandemias” – em duas redes, Instagram e Facebook. Nesta última consegui um tempo com o doutorando Alexandre Santos, ex-diretor do INEP, catarinense de coração, que já conduziu a área que comanda o ENEM. O tema, Educação Pós-Pandemia.

Alexandre Santos é um daqueles pensadores, filósofos, que formulam saídas maravilhosas para as nossas deficiências na educação e gestão pública no país. E vai além. Ele geriu pastas e temas altamente complexos, repito, foi gestor, colocou as mãos na massa da gestão pública. Além do INEP, foi secretário de educacão em Bombinhas (SC), diretor de tecnologia na Secretaria de Educação de SC. Em nosso bate-papo, ele trouxe dados interessantes.

Segundo ele, um problema sério é o custo do fechamento das escolas pelo COVID-19. Nesse modelo, o custo para os Estados Unidos por exemplo, em ganhos futuros de quatro meses de educação perdida é de US $ 2,5 trilhões – 12,7% do PIB anual. Extrapolando para o nível global, com base no fato de a economia dos EUA representar cerca de um quarto da produção global, esses dados sugerem que o mundo poderia perder até US $ 10 trilhões na próxima geração como resultado do fechamento de escolas hoje. Veja mais aqui neste link.

Hoje o mundo tem 1.215.881.292 alunos afetados, 69,4% do total de alunos matriculados em 162 países. É isso mesmo, mais de 1 bilhão e duzentos mil estudantes estão sem aulas presenciais, quase 70% dos futuros gestores e cuidadores do planeta. Alexandre Santos alerta: “Quando as crianças perdem a educação, perdem oportunidades futuras, incluindo benefícios econômicos, como ganhos adicionais, com consequências de longo alcance. Alguns modelos sugerem que a perda de aprendizado durante a extraordinária crise sistêmica da Segunda Guerra Mundial ainda teve impacto negativo na vida de ex-alunos cerca de 40 anos depois . E o impacto do aprendizado perdido também não se limita ao nível individual: para sociedades inteiras que encerram a educação hoje, provavelmente haverá consequências significativas amanhã”, explicou.

E aqui no Brasil, o que estamos fazendo? Em Santa Catarina, quais as atividades atuais, e principalmente, quais as futuras diante do impacto da pandemia do Covid-19 não somente agora na questão de saúde, mas nos formatos e organização para o retorno das aulas? Como ficarão as salas, diante do que já sabemos que há que se ter distanciamento entre alunos, higiene total em todos os ambientes, desde a entrada da escola, merenda, banheiros, salas, etc.? Hoje temos salas de aulas com 40 alunos, quantos poderão estar, e de que forma, nas mesmas salas? Como acolheremos todos no retorno sem que nenhum fique de fora? O que está sendo planejado?

A live, conversa, entrevista, bate-papo com o doutor Alexandre Santos foi marcada também por perguntas sobre pedagogia inovadora, pedagogia para o ensino via EAD, as inúmeras possibilidades que existem de atuação conjunta entre a área da saúde e da educação de forma sinérgica, prevenindo doenças, informando e criando uma rede de conhecimento das famílias para futuros problemas parecidos com o Covid-19 já que as escolas conhecem de perto as famílias que estão com seus filhos diariamente em suas salas e corredores.

Enfim, foi ótima. E ficaram questões que precisamos pensar como cidadãos: como teremos uma educação pós-pandemia? O que devemos fazer para além do que já deveríamos ter feito para melhorar a educação no Brasil? Teremos que mudar e atualizar a nossa legislação? Vamos investir rapidamente em treinamento e capacitação via internet para todos os professores brasileiros? São tantas oportunidades, mas é preciso gestores com capacidade inovadora e vontade, começando pelos eleitos. Os eleitores também precisam modernizar sua forma de eleger seus representantes. Só mudaremos se mudarmos juntos.

Como gostei de voltar ao vídeo e entrevistas para o público, vou buscar trazer ainda mais clareza neste e outros temas. Creio que os leitores vão gostar também.

Jornalismo em tempos de pandemias foi tema de live no Facebook nesta segunda-feira (4/5)

Nesta segunda-feira, 4 de maio, no Facebook por volta das 20 horas entrei ao vivo para falar de jornalismo em tempos de pandemias. Abordei os temas que já havia divulgado na quinta-feira passada (30/4) para quem me segue na rede social e também no Instagram. Não imaginava o que ocorreria no domingo, Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, quando o presidente da república (isso mesmo, em caixa baixa) resolveu participar e agitar um novo aglomeramento de pessoas em plena pandemia do Covid-19, e pior, evento com agressões aos colegas jornalistas. Um ataque à democracia e liberdade de… imprensa!

Na live busquei explicar sobre o dia a dia dos jornalistas, a loucura da apuração dos fatos para entregar o melhor da informação ao público. Poucos sabem qual é a missão, a formação, os objetivos e o trabalho dos jornalistas. Somos servidores do público, sem sermos servidores públicos efetivos. Sofremos pressões, ameaças, negações de tudo e todos, mas superamos tudo em nome da informação a quem precisa. No meio disso tudo aparece a pandemia do coronavírus, e também as pandemias bolsonaristas e das fake news, quase a mesma coisa.

Foi bacana a participação do pessoal com perguntas, umas que posso abordar em nova live, o que nos dá ânimo para seguir no trabalho aqui neste Blog e no jornalismo independente que pratico no Palavra Livre há 12 anos, e em outros meios e funções há 25 anos. Quer saber mais e assistir à Live? Acesse meu perfil pessoal clicando aqui.