Coluna Palavra Livre – Folha Metropolitana Junho/1

Governador descobre Joinville
Após, pela dor de dois processos de impeachment, aprender que na política é preciso fazer política, o governador Carlos Moisés (PSL) parece ter aprendido alguma coisa. Dias atrás descobriu que Joinville, a maior cidade do Estado, existe. O Bolshoi teve garantidos recursos importantes para continuar seu belo trabalho na dança e cultura, e foram garantidos recursos para o Eixo K, pedido da Acij.

Méritos
Carlos Moisés também entregou equipamentos para escolas da região e falou que somente no norte do estado está investindo um bilhão. Não deu detalhes exatos onde estão estes investimentos. Apesar do atraso, e de ainda serem tímidas as presenças do Governador na região, é preciso dar-lhe o mérito de uma boa administração. Pagou dívidas históricas, como na saúde, e saiu do casulo da Agronômica para governar. Que continue assim.

Movimentos pré-eleição 2022
A eleição do ano que vem já começou. O deputado estadual Kennedy Nunes foi para o PTB, dizem que para ser o candidato a senador ao lado do atual senador Jorginho Mello (PL) que tentará o Governo do Estado. Rodrigo Bornholdt (PSB), ex-vice Prefeito de Joinville quer voltar à cena e deve tentar vaga na Câmara Federal.

Foco na reeleição
Após a derrota na eleição a prefeito de Joinville, o jovem deputado estadual Fernando Krelling (MDB) está focado na meta de continuar na Assembleia Legislativa. Falando à coluna, Krelling disse que busca ajudar a cidade e tem falado com o Prefeito Adriano Silva (Novo).

Uma guerra desnecessária
Esta batalha entre o Sindicato dos Servidores Públicos de Joinville (Sinsej) e a Prefeitura, leia-se Prefeito Adriano Silva (Novo) é desnecessária. A base do governo na Câmara trata os servidores como inimigos, quando são eles que mantém a cidade funcionando, principalmente na saúde e educação. Os novatos vereadores Alisson Júlio e Érico Pereira (Novo), William Tonezzi (Patriota), estão deslumbrados com o poder. Tudo passa. Até mandatos.

Voltou
Nesta batalha da Reforma da Previdência o Sinsej resgatou um personagem antigo da política partidária e sindical. Carlos Castro, ex-PT, Cidadania e da Comissão de Fábrica da Cipla (lembram?), está na articulação política do embate. Castro está no PSB hoje.

Dário se movimenta
O senador Dário Berger (MDB) resolveu agilizar sua movimentação junto aos convencionais do MDB pelo estado. Apostava no adiamento da convenção de agosto próximo, mas parece que não vai vingar. Na região norte não deve ter apoio de diretórios importantes como de Joinville. O deputado Fernando Krelling deve apoiar o prefeito de Jaraguá do Sul, Antídio Lunelli na disputa pela indicação do partido ao Governo do Estado.

Fogo em São Chico
Não é incêndio florestal nem químico não. É político mesmo! Acusado de nepotismo e de apadrinhar aliados políticos, o secretário de Governo de São Francisco do Sul é alvo de denúncias por parte de opositores do Prefeito Godofredo. Deyvid Breis e José Roberto Budal fazem as denúncias e dizem que acionaram o MP para investigar.

O que diz Tufi
Por seu lado, Tufi Michreff, afirma que a denúncia não procede, não tem embasamento, e que é atacado pela dupla desde o início do Governo. O Secretário disse que já acionou a polícia e vai tomar as providências jurídicas e legais cabíveis ao caso. “Queriam cargos e outras coisas”, disse Tufi. Essa São Chico não é fácil.

** Por Salvador Neto

Curtas do Palavra #3

Quantos milhares precisam morrer?
Santa Catarina está triste. Quebramos a barreira de mil catarinenses mortos pelo Covid-19, o coronavírus. Cada um deles era neto, filho, pai, avô, avó, pais e mães, formavam famílias. Toda vida vale muito, e ao perdermos tantos irmãos, será que nos damos conta da gravidade da pandemia em nossas vidas? Ou continuaremos a insistir nos erros em aglomerações, festas, e governantes a não terem a coragem necessária para decidir fechar e parar o que tiver que parar?

Poder ser seu, ou você
Não é preciso que você que lê esta coluna, passe pela tragédia e tristeza de ver um ente querido morrer de forma tão terrível, e sequer ter a chance de dar um adeus. Aprender a enxergar o outro como alguém importante, valorizar os enfermeiros, médicos, servidores da saúde, da segurança pública, da limpeza pública, todos dedicados a salvar nossos irmãos e expostos todos os dias ao vírus mortal, é um dever. Pense nisso, ou vamos chorar muitos mortos, e continuar a contar números tristes que nos envergonham como sociedade. Faça a sua parte.

Julio Garcia x Carlos Moisés
Desarticulado politicamente, sem apoio mínimo na Assembleia Legislativa, o governador Carlos Moisés vai enfrentar um processo de impeachment fragilizado. Após vários dias em silêncio, uma característica dele nas crises, resolveu falar. Disse que o processo é ilegítimo, que não cometeu crime algum no caso do aumento aos procuradores do estado, e que vai seguir cuidando de SC na pandemia. Escolheu o presidente da Alesc, Julio Garcia, como alvo ao lamentar a decisão de Garcia em acatar o pedido de impeachment.

Julio Garcia x Carlos Moisés (2)
Julio Garcia é um político experiente e veterano. Poderoso, retornou a política partidária após ocupar cargo de conselheiro no Tribunal de Contas. Não só se elegeu como foi eleito Presidente do Parlamento por unanimidade. Carlos Moisés, ao apontar Garcia como adversário, aposta todas as fichas no confronto. Sem votos, ainda, para barrar o processo, deve ter cartas na manga muito fortes para esta escolha.

PIB não quer
Os bastidores mostram que o poder econômico de SC não está confortável com este processo de impeachment em meio à pandemia que está quebrando empresas. Não dizem abertamente, mas preferiam que o processo fosse arquivado, e as energias se concentrassem no combate à pandemia e apoio na retomada econômica. Talvez esteja aí a força do Governador. Veremos. O Palavra Livre já se posicionou sobre o impeachment (leia aqui).

Respiradores
A CPI dos Respiradores ainda respira. Anunciou para o dia 20 de agosto a entrega do relatório final. Sem nenhum deputado governista, a oposição surfou como quis nos trabalhos. Tiveram depoimentos, acareações, questionamentos ao governador para verificar suposta mentira por parte de Carlos Moisés sobre quem mandou pagar os R$ 33 milhões antecipados por respiradores que jamais vieram. Vergonhosa operação, sim. Mas precisamos saber de fato quem errou, ou roubou.

Na Capital
O prefeito Gean Loureiro (DEM) vinha nadando de braçada em Florianópolis. Aí cedeu na reabertura da economia e atividades, e o coronavírus voltou com força. Deu uma sumida estratégica diante da gravidade que atingiu também a capital, e cedeu no protagonismo ao quase implorar aos demais prefeitos da Grande Florianópolis para que tomassem decisões em conjunto. Agora vê adversários se unirem, colocando sua tentativa de reeleição em risco.

Adversários unidos?
Os senadores Jorginho Mello (PL), Esperidião Amin (PP) e Dário Berger (MDB), todos potenciais nomes ao Governo do Estado em 2022, parecem atuar em sinergia para derrotar Loureiro este ano. Jorginho buscou o vereador Pedrão, ex-PP, mais votado em SC em 2018. Amin vai de leve apoiando a esposa novamente, a deputada federal Angela Amin, ex-prefeita e atual deputada federal. Dário vai jogando com os dois. Todos eles querem Gean fora do jogo, vai que se empolgue e queira ir ao Governo também em 2022…

Oposição com fortes nomes
O PT da Capital está com o nome do vereador Lino Peres para puxar votos. O PSOL vai de Elson Pereira, o professor que quase chegou ao segundo turno em 2016, e cujo partido está bem estruturado para este ano. O PDT acena com o vereador Léla, mas deve compor como vice ou em composição de uma frente com a esquerda unida, como desejam alguns. Florianópolis vai seguir a tradição com eleições muito disputadas, e imprevisíveis.

A eleição mais importante
O eleitor brasileiro gosta de eleições majoritárias. Eleger um comandante o motiva mais, e aí foca com muito mais interesse no voto para Presidente, Governador e Prefeitos. Esquece da eleição mais importante, que elege seus representantes nos legislativos. Congresso Nacional, Assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores é que decidem, e votam, leis e projetos que podem de fato, mudar a vida do povo. O eleitor precisa compreender a importância do seu voto em vereadores, deputados, senadores.

Robin Hood às avessas
Epicentro da pandemia, Joinville ainda não acredita na decisão de Udo Döhler (MDB) em financiar com R$ 7,5 milhões as empresas de ônibus. Chovem críticas por parte de microempresários que não tem qualquer ajuda da Prefeitura. Assim é como tirar dos pobres e dar aos ricos. Lembrando que as empresas de ônibus recebem à vista, liquidez garantida. A Ajorpeme, associação que reúne os pequenos empresários, já se posicionou contrário ao projeto do Prefeito Udo, que está na Câmara de Vereadores. E os vereadores, vão aprovar os R$ 7,5 milhões aos donos do transporte coletivo?

Não é comigo
Enquanto isso o pré-candidato de Udo, o deputado estadual Fernando Krelling, está divulgando inúmeras entregas de emendas parlamentares, recursos, liberados pelo Governador Carlos Moisés aos parlamentares. Faz de conta que não são com ele os atos de Udo, vide obras do Rio Mathias, pandemia avançando, grana para as empresas de ônibus, entre outras. Oposição só anotando.

Candidatíssimo
Darci de Matos (PSD) contratou a competente jornalista Ana Keller, ex-ACIJ, para ser sua assessora de imprensa. Recuperado do coronavírus, já anda por rádios e comunidades falando bastante. Já se posicionou contra o dinheiro da Prefeitura para ajudar as empresas do transporte coletivo de Joinville. Candidatíssimo.

Persistente
As portas vão fechando, mas o deputado federal Rodrigo Coelho (PSB) ainda crê em espaço no seu partido para a disputa à Prefeitura da maior do estado. Claudio Vignatti, presidente estadual, acaba de mudar o diretório municipal, e nem ligou para Coelho. Ele resiste, e persiste. Acha que ainda dá para convencer Vignatti e concorrer.

Impulsionamento gratuito
Os vereadores governistas, ampla maioria na Câmara de Joinville (SC), tentaram derrubar o veterano Odir Nunes (PSDB) com uma cassação com ares de perseguição. A ideia era talvez silenciar, ameaçar, mas acabaram passando mais uma vergonha. Arquivaram o processo que estava viciado desde quem representou contra Nunes, um apenado. Deram impulsionamento ao nome de Odir, gratuitamente. Animado, ele pensa até disputar a majoritária…

Ainda o Rio Mathias…
O grupo de empresários que fez até passeata contra o atraso de seis anos nas obras do rio que corta o centro de Joinville conseguiu ao que parece levar o todo poderoso secretário de Planejamento da Prefeitura, Miguel Bertolini, para prestar contas na Câmara de Vereadores. Ele já foi convidado para estar na sessão virtual da Comissão de Urbanismo na terça-feira (4/8) às 15 horas. Será que vai?

Continuidade
Outra novidade que chega de Joinville é a saída do secretário de Comunicação da Prefeitura de Joinville, Marco Aurélio Braga, o Marcão. Ele vai coordenar a campanha do MDB, ou seja, Fernando Krelling, à Prefeitura. O jornalista está com Udo desde 2012. E vai com Krelling tentar ficar até 2028.

Meritório
O empresariado catarinense mostra sua competência reconhecida mundialmente ao se readaptar na pandemia, inclusive mudando plantas industriais e linhas de produção para produzir respiradores e outros equipamentos essenciais. Para além da visão de negócio, é de se ressaltar a vontade em servir também. Méritos totais.

Coluna Palavra Livre de junho para a Folha Metropolitana, leia

Parlamentares catarinenses precisam se posicionar

A sequência inaceitável dos atos antidemocráticos feitos por grupos ligados ao presidente Bolsonaro e seus filhos, foguetes sobre o STF, ameaças a juízes, à democracia, a falta de ação efetiva do Governo Federal no combate ao Covid-19 e outros casos que minam inclusive a economia, precisam parar. A prisão temporária de seis lideranças do tal grupo 300 pelo Brasil por pedido da PGR e autorizado pelo STF é uma iniciativa importante. E os parlamentares catarinenses, o que pensam destes atos graves contra o estado de direito? Silêncio ensurdecedor.

SC precisa saber

Todos os parlamentares foram eleitos democraticamente, assim como o Presidente da República. A democracia, com seus defeitos, é que garantiu os mandatos. Precisamos saber quando os deputados federais e senadores catarinenses vão se posicionar claramente sobre os atos que atentam contra a democracia que os elegeu. Apoiam? Não apoiam? O que desejam com o silêncio? Os objetivos individuais, eleitorais, espaços de governo ou emendas, são mais importantes que o interesse coletivo pela liberdade e democracia? Com a palavra os parlamentares. Já passou da hora de saírem do momento boca fechada. Posição, senhores!

Na muda?

Diz um velho ditado que passarinho na muda não pia. Parece que a realidade mostra exatemente isso. A pandemia e o pandemônio do Governo Bolsonaro tem atrapalhado a vida nacional e a política. As indefinições sobre tudo, até eleições, atrapalham. Liderança partidária consultada pela coluna resumiu o quadro. “A hora que a “eleição municipal”, superar cloroquina, Moro, Bolsonaro, STF, cair na mesa das pessoas, e virar o principal assunto, as coisas tenderão a mudar. Até lá vai meio desse jeito. Quem botar a cabeça muito pra fora d’água, corre o risco de ser “degolado” pelo eleitor, antes mesmo de abrir a boca”. Sentiu?

Krelling e Tânia?

Rolam boatos nestes tempos de isolamento físico, mas as conversas virtuais seguem. Circula que uma chapa está em construção em Joinville, com o deputado estadual Fernando Krelling (MDB) na cabeça e como vice a ex-vereadora e secretária, Tânia Eberhardt do Cidadania. Seria estranho dada as críticas de Tânia ao Governo Udo, mas em política tudo pode acontecer.

MDB não dá a mão a Moisés

O MDB, sempre a noiva pretendida, já esteve perto do governador Carlos Moisés (PSL). Votou a favor de projetos do Governo do Estado, e em Joinville teria até conversas de indicar o vice de Fernando Krelling, costura de Udo com Moisés. A coisa esfriou muito, e o MDB parece não querer ajudar Moisés a atravessar o mar vermelho dos respiradores.

PSL lança Dalmo prá valer

O deputado federal e presidente do PSL no estado, Fábio Schiochet, promoveu reunião na maior do estado e fez até vídeo lançando o ex-deputado e secretário de Estado, Dalmo Claro, para a Prefeitura. Um gesto a mais na corrida eleitoral.

Prorrogação de mandatos?

Se abrir o comércio, liberar circulação de ônibus, tudo o que mais aglomera pessoas, porque não ter eleições? A Constituição determina, e é um direito do cidadão. Sempre candidato a Prefeito de Joinville, o apoio do deputado federal Darci de Matos à prorrogação de mandatos causou estranheza. Tá correndo do pleito?

Lives da hora

O empresário Ivandro de Souza, do Podemos, pré-candidato a Prefeito de Joinville tem apostado firme nas lives com nomes que tem algo de conteúdo para falar. Interessante a estratégia, que deve ser copiada por outros quando o nevoeiro da pandemia passar. Mas não é o único caminho, o povo gosta da presença física.

Embolou Araquari

Com a entrada do ex-prefeito João Pedro Woitexem (MDB) na corrida eleitoral em Araquari a coisa embolou por lá. O atual prefeito e candidato à reeleição, Clenilton Pereira (PSDB), estava faceiro com o quadro que tinha, sem concorrentes fortes. Agora um grupo deve ser o fiel da balança, mais uma vez: do também ex-prefeito Francisco Garcia. Para qual lado seguirão?

Por enquanto…

Joinville e o norte continuam no comanda da Secretaria de Estado da Articulação Internacional. O Governador Carlos Moisés (PSL) decidiu designar o Gerente de Relações Internacionais da Secretaria de Estado da Articulação Internacional, Douglas Gonçalves, como Secretário da pasta, cumulativamente ao cargo atual. Ele era braço direito do ex-secretário Derian Campos, que pediu exoneração na semana passada. Ele já foi filiado ao PV, e desde o ano passado é o Secretário Geral do PSL em Joinville (SC).

Apagando as luzes

Um final de mandato melancólico. Assim finaliza o governo de Udo Döhler (MDB) em Joinville, que agora assume a presidência da Amunesc já que não pode ir à reeleição. Com a cidade esburacada inclusive no centro com obras do rio Mathias que não acabam nunca, com a pandemia do Covid-19 e declarações infelizes sobre a contaminação, o Prefeito vai deixar um legado pesado a quem vencer e assumir a cidade.

E os respiradores?

Uma CPI foi criada na Assembleia para buscar saber quem são os responsáveis por pagar os R$ 33 milhões por respiradores que não chegarão nunca a SC. Até uma acareação já foi feita e nada acrescentou à investigação. Deputados estaduais já sentiram que pode ser apenas um palanque eleitoral para o deputado estadual Ivan Naatz (PL).

  • Salvador Neto escreve a coluna Palavra Livre para o jornal Folha Metropolitana que circula mensalmente no norte e nordeste de SC, com sede em Joinville. Para acessar o jornal completo e a coluna para ler digitalmente basta acessar o link aqui.