Opinião – Um país sem presidente

Acharam o Queiroz. Onde? Em uma casa de um dos advogados do “presidente” da República, Jair Bolsonaro. Emblemático que tenha sido descoberto e preso em Atibaia (SP), mesma cidade onde fica o sítio do Lula que não é dele, segundo a Operação Lava Jato. E agora Jair? A casa ruiu, o mito sumiu, e o Brasil também. Desde o dia 1 de janeiro de 2019 o país está sem comando, sem presidente, sem ministério decente. Estamos à deriva.

A prisão do Queiroz colocou definitivamente em xeque as desculpas dadas por Bolsonaro para a grana na conta da primeira dama, nas contas do 01 Flavio. A rachadinha existiu, a lavagem de dinheiro também. A cada passo da investigação do MP do RJ, mais o mito de esvai em meio a mentiras, e a verdade se aproxima para iluminar o lado obscuro da familícia, como é chamada a família Bolsonaro por aí. Estamos à deriva porque o presidente só governa a crise que ele mesmo criou, buscando escapar das investigações e em proteger seus filhos, e claro as ligações perigosas com a milícia carioca.

As investigações seguirão, mas o que já vimos nos documentos que apareceram dizem que a fedentina só fará aumentar. Tapem os narizes brasileiros, e não coloquem grampos nas narinas bolsonaristas. O mito jamais existiu. Ele nunca pretendeu combater a corrupção. E o triste desfecho de um erro eleitoral do povo brasileiro – é da democracia – é um país sem rumo, com uma pandemia que dizima cidadãos brasileiros todos os dias pela saúde, e também na economia, pois ceifa empresas, empregos e renda.

Se não temos presidente, não teremos mais de fato após o Queiroz preso. Mas temos ainda um inepto ministro da Economia, Paulo Guedes, que insiste em soprar balões de ensaio nas previsões. “Vamos voar depois da pandemia”, “estaremos logo em melhor condição”. Tudo bravata vazia. Guedes é um vendedor de sonhos sem a menor credibilidade. Todas as suas ações e previsões não resultaram em melhorias, mas sim em derrocada cada vez maior da economia, do PIB, do futuro do Brasil.

Estamos sem ministro da Saúde há mais de um mês. Na educação não tivemos ministro desde o início do Governo em 2019, porque Weintraub não se conta. E presidente, também não temos, pois só governa a crise que ronda a sua família, nega a pandemia, não se compadece com os mortos e os seus familiares que choram. Abandona seu povo à própria sorte, e sequer tem a sensibilidade de continuar a manter as migalhas do auxilio emergencial para que milhões pelo menos não saiam a saquear para comer e sobreviver.

Uma lástima. Uma vergonha. Que o STF siga investigando para chegarmos a verdade sobre os comandantes das fake news e seus patrocinadores da iniciativa privada. Que sejam denunciados e julgados na forma da lei. O Congresso Nacional precisa agir em nome do futuro do que resta no país, finalizando a CPI das fake news, abrindo as novas CPIs se necessário, e ajudar a sanear a política, que de fato move a economia. Se seguirem entrando, alguns partidos do tal centrão, no jogo de cargos e emendas promovidos por Bolsonaro, também serão jogados no mesmo lugar que o mito. Na lixeira da história.

Autor: Salvador Neto

Jornalista e escritor. Criador e Editor do Palavra Livre, co-fundador da Associação das Letras com sede no Brasil na cidade de Joinville (SC). Foi criador e apresentador de programas de TV e Rádio como Xeque Mate, Hora do Trabalhador entre outros trabalhos na área. Tem mais de 30 anos de experiência nas áreas de jornalismo, comunicação, marketing e planejamento. É autor dos livros Na Teia da Mídia (2011) e Gente Nossa (2014). Tem vários textos publicados em antologias da Associação Confraria das Letras, onde foi diretor de comunicação.

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