FCCE divulga número de pessoas com deficiência encaminhadas ao mercado de trabalho

Nos primeiros três meses de 2015, o Serviço de Colocação no Trabalho, realizado pela Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE), beneficiou 18 profissionais com deficiência, contratados por empresas da Grande Florianópolis para funções como técnico em informática, auxiliar de bazar, assistente de atendimento ao cliente, estoquista e auxiliar administrativo. Em 2014, foram 81 profissionais beneficiados com este serviço gratuito e pioneiro oferecido pela Fundação há quase 30 anos.

O serviço é executado pelo Centro de Educação e Trabalho (CENET) da FCEE, especializado para desenvolver metodologias e realizar encaminhamentos na área da Educação Profissional e Emprego, em consonância com as políticas públicas de inclusão.

O Serviço de Colocação no Trabalho é responsável pelo contato com as empresas, recebimento de currículos, acompanhamento em entrevistas, supervisão, orientação e assessoria no decorrer de todo o processo de contratação, permanecendo à disposição também após a contratação. A equipe técnica é composta por profissionais das áreas de pedagogia, psicologia e serviço social que oferecem suporte às empresas e aos profissionais com deficiência intelectual/mental, sensorial, física, múltipla e transtorno do espectro autista.

Entre os profissionais encaminhados ao mercado de trabalho nos primeiros meses deste ano está Silvana Ribeiro, 36 anos. Ela é surda e foi contratada em janeiro por uma grande rede de supermercados de Palhoça, onde atua como auxiliar de bazar. “Aqui eu fico arrumando os artigos no setor de toalhas, gosto muito do meu trabalho e sempre que algum cliente tenta falar comigo, chamo algum colega ouvinte”, explica Silvana, que demonstra muito entrosamento com os colegas.

Sensibilização nas empresas

Além do encaminhamento e acompanhamento da contratação de pessoas com deficiência, a equipe de profissionais da FCEE também faz um trabalho de sensibilização com os profissionais das empresas em relação à temática. O trabalho ocorre com palestras ministradas pelos profissionais da equipe da FCEE abordando conteúdos como o significado histórico-cultural de deficiência; tipos de deficiências, suas causas e seus aspectos funcionais e sociais; a importância da inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho e seus aspectos legais; limites e possibilidades do profissional com deficiência e diferenças entre deficiência intelectual/mental e doença mental.

“Frequentemente os profissionais do CENET são solicitados para realizar sensibilizações nas empresas, seja com a equipe diretiva, com chefias imediatas ou profissionais que atuam no mesmo setor”, explica Kátia Regina Ladewig, coordenadora do Centro, acrescentando que nestas ações são desenvolvidos conteúdos relativos à conceituação e caracterização das deficiências, aspectos relacionais e potencialidades da pessoa com deficiência. “Isso vem contribuindo imensamente para a quebra de preconceito em relação ao potencial produtivo destas pessoas”, finaliza.

Legislação no Brasil

A inserção das pessoas com deficiência no mercado de trabalho teve sua efetivação no Brasil pela Lei nº. 8.213 de 1991, conhecida como Lei das Cotas, que estabeleceu que todas as empresas privadas com 100 ou mais trabalhadores deveriam destinar entre 2% e 5% de suas vagas a beneficiários reabilitados ou pessoas com deficiência habilitadas.

Segundo o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem no Brasil 45,6 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, o que representa 23,92% da população brasileira.

Serviço:

Colocação no Trabalho para Pessoas com Deficiência – CENET/FCEE
Contato com empresas, recebimento de currículos, acompanhamento de entrevistas, supervisão, orientação e assessoria nas empresas.
Email: mercadotrabalho@fcee.sc.gov.br
Telefone: (48) 3381-1618
Endereço: Rua Paulino Pedro Hermes, 2785 – Bairro Nossa Senhora do Rosário – São José (SC)

>>> TABELA: 

DADOS FCEE 2014 – ENCAMINHAMENTO AO MERCADO DE TRABALHO POR TIPO DE DEFICIÊNCIA

Ao longo de 2014, o Serviço foi responsável pelo encaminhamento e acompanhamento de 81 pessoas com deficiência ao mercado de trabalho formal, conforme quadro abaixo:

TIPO DE

DEFICIÊNCIA

Nº DE

PESSOAS

FUNÇÃO
Deficiência

Auditiva

28 Atendente, Auxiliar Administrativo, Auxiliar de Produção. Auxiliar de Serviços Gerais. Empacotador, Estoquista, Repositor, Auxiliar Operacional, Auxiliar de Almoxarifado, Manipulador de Padaria, Auxiliar de Logística
Deficiência

Mental

28 Auxiliar Administrativo, Auxiliar de Hortifruti, Auxiliar de Padaria, Auxiliar de Serviços Gerais, Embalador, Empacotador, Repositor,

Auxiliar de Cozinha, Auxiliar Operacional,  Auxiliar de Transporte,

Estoquista, Auxiliar de Vendedor.

Deficiência

Visual

03 Auxiliar Administrativo, Auxiliar de Estoque, Auxiliar de Produção,

Auxiliar de Hortifruti, Auxiliar de Padaria, Back Office

Deficiência

Física

17 Auxiliar de Loja, Cobrador de ônibus, Empacotador, Estoquista,

Vendedor, Auxiliar Administrativo, Secretária, Auxiliar de Conferência, Operador de Caixa, Motorista, Telefonista

Deficiência

Múltipla

03 Auxiliar de Serviços Gerais, Embalador
Síndrome do

Espectro Autista

02 Estoquista
TOTAL 81  

Autor: Salvador Neto

Jornalista e escritor. Criador e Editor do Palavra Livre, co-fundador da Associação das Letras com sede no Brasil na cidade de Joinville (SC). Foi criador e apresentador de programas de TV e Rádio como Xeque Mate, Hora do Trabalhador entre outros trabalhos na área. Tem mais de 30 anos de experiência nas áreas de jornalismo, comunicação, marketing e planejamento. É autor dos livros Na Teia da Mídia (2011) e Gente Nossa (2014). Tem vários textos publicados em antologias da Associação Confraria das Letras, onde foi diretor de comunicação.

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